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Arquitetos: Obranegra Arquitectos
- Área: 12507 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Alejandro Arango
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Fabricantes: Corona, Domoacril, IRON WOOD, Ladrillera Santafé, Prestige, Tecnoglass, WM Alumyglass
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício C13 está localizado em uma região predominantemente residencial, com muito poucos acessos para pedestres e veículos, e está atualmente passando por um processo de transformação. Esta condição transitória do bairro nos permitiu compreender que o novo edifício, ao invés de gerar uma ruptura, deveria se adaptar à sua dinâmica, contribuindo com novos usos e gerando novas conexões urbanas que abririam o bairro para a cidade.
O edifício conta com várias instalações comerciais no primeiro andar, com o objetivo de ativar a rua e tornar a vizinhança mais dinâmica. Os pavimentos superiores são compostos por escritórios ou apartamentos com varandas, assim como espaços coletivos, corredores, pontes e terraços de pé direito duplo, que são utilizados como mirantes, pontos de encontro, espaços de coworking, ou para fazer uma pausa enquanto se desfruta da paisagem e do clima da cidade. Tanto os terraços quanto as circulações internas são desenvolvidos ao redor do vazio central que concentra toda a atividade "pública" dentro do edifício. Deslocando a planta tradicional de edifícios de escritórios estruturados ao redor de um núcleo compacto, as longas circulações e espaços intermediários que compõem o vazio central facilitam as relações visuais entre os diferentes níveis e ajudam a promover os valores da sociabilidade, enfatizando assim o conceito de "vida coletiva" do edifício, uma reflexão permanente nos projetos do Obranegra Arquitectos.
"Em nossos edifícios entendemos o 'vazio' como um elemento articulador da arquitetura, um espaço contínuo onde tudo flui, a luz, o vento, as pessoas, etc. Este espaço intermediário é geralmente composto por plataformas, escadas, pontes e circulações abertas à paisagem, que transformam o percurso em um jogo de transições, relações visuais e pausas que incentivam encontros coletivos e favorecem a construção de comunidades. Neste sentido, o 'vazio' torna-se um espaço ambíguo e contraditório: um lugar de passagem (dinâmico) mas ao mesmo tempo de permanência (estático)".
O projeto também foi pensado para promover a sustentabilidade, graças à disposição do vazio central, a iluminação natural é abundante em todas as unidades, evitando o uso excessivo de eletricidade. Para controlar a luz solar e reduzir a transmissão de calor para o interior das unidades, foram propostos elementos verticais (brise-soleil) nas fachadas leste e oeste, que proporcionam sombreamento adicional ao longo do dia e principalmente ao entardecer, que é quando os edifícios localizados na encosta leste de Medellín recebem a luz solar mais direta. Além disso, esse vazio central em torno do qual o edifício está estruturado funciona como um "regulador de temperatura", pois, uma vez que o ar circule livremente, os espaços internos são resfriados, criando assim um ambiente mais saudável para os usuários.
O edifício C13 é um projeto de uso misto que pode se adaptar mais facilmente aos desafios da pandemia. Através da flexibilidade e adaptabilidade, tanto as atividades residenciais quanto as de escritório são contempladas no projeto, de acordo com as necessidades das pessoas. Além disso, ao promover o conceito de "vida coletiva", e graças à sua localização em uma área residencial, o C13 permitirá que as pessoas trabalhem e vivam dentro do mesmo bairro.